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Mostrando postagens de 2008

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA DO CURTA-METRAGEM “DA JANELA” DIREÇÃO: Giovana Zimermann E Sebastião Braga, ROTEIRO E STORYBOARD: Giovana Zimermann, DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Sofia Mafalda E Fabiola Becker EDIÇÃO: Tiago Santos, ELENCO: Elianne Carpes, Giovana Zimermann, Luiz Claudio Leite, Marcos José Santin, Marta Cesar E Noara Quintana. PREPARADORA DE ELENCO: Elianne Carpes, DIREÇÃO DE ARTE: Lina Lavoratti, DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Martin Carvalho, ELETRECISTA: Dill, TRILHA SONORA: CURANDERA: COMPOSIÇÃO E VOCAL: Guilherme Zimermann Kummer ARRANJO MUSICAL: Frederico Teixeira e Du Gomide. STILL: Anelise Borges. TRADUÇÃO ESPANHOL: Alejandra Maria Rojas Covalski TRADUÇÃO EM FRANCÊS: Clarissa Laus ASSISTENTEDE DE ARTE: Stella Bloss, Figurino: Moara Costenaro ASSISTENTES: Silvio César e Lua MAQUINISTA: Ricardo Xará SOM DIRETO: Paraíba MAKING OFF: João Abreu Dias DESIGN GRÁFICO: Giovana Zimermann

NEURÉTICA (Kant com Sade)

Giovana Obrigada pelas palavras - em especial o recorte sobre o Pathos [1] veio muito a calhar com o que ando pesquisando. Estou escrevendo o projeto para o doutorado sobre Literatura e Pulsão de Morte (essa força interna que nos leva para a destruição e para a finitude, mas que é tb o q possibilita a vida). Um tempo atrás, no grupo Escrita e Psicanálise, quando estudávamos o seminário da Ética de Lacan (onde ele fala das tragédias gregas), escrevi um textinho que agora compartilho com vc: Kant com Sade – sobre “neurética” Não cessa de não se calar em mim a interrogação sobre os olhares possíveis para o sofrimento – ou seria para o sofredor? Dependendo do olhar (ou melhor, do sujeito que olha) vê-se um herói, um masoquista, um miserável e/ou o belo. Que relação existe entre a vítima, o belo e o sofrimento? Existe tudo isso sem a lei? Existe vítima sem carrasco? Existe prazer e gozo no sofrimento? E no fazer sofrer? Mas, afinal, o que é o sofrimento? Parece que a escrita tem uma relaçã

DA JANELA – REAL E MIDIÁTICA

Continuamos assistindo pelos noticiários -janelas midiáticas - a abominável dominação masculina: Jovem de 15 anos é mantida refém pelo ex-namorado. Já são quase dois dias de drama e mais de 40 horas de tensão. O ajudante de produção Lindenberg Fernandes, de 22 anos, mantém refém a ex-namorada de 15 anos, num conjunto habitacional em Santo André, na Grande São Paulo. No fim da noite de terça-feira (14), ele libertou a outra menina que estava em seu poder. (...) A polícia só chegou por volta das 21h de segunda-feira (13), quando o pai de um adolescente acionou a polícia porque veio buscar o filho no apartamento e foi ameaçado por Lindenberg. Ele já libertou dois rapazes na noite de segunda e uma amiga da ex-namorada na noite de terça-feira (14). Mas a ex-namorada Eloá, de 15 anos, continua sob poder dele. As janelas estão fechadas. Lindenberg ainda não fez qualquer tipo de contato. A polícia tentou por celular negociar a rendição. O seqüestrador pediu para que a luz fosse religada.

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer toda equipe Da Janela! Nunca imaginava poder contar com profissionais de tamanha qualidade, e tão envolvidos para que o trabalho fique bom! Ficará! Nós merecemos! Desde o principio, me sentia guiada por sinais, que me estimulavam a prosseguir e apresentar esse tema tão delicado, através da sensibilidade da arte. Em 2002, me foi revelado um “trauma”, (um estupro sofrido por uma garota em S J dos Pinhais – PR), depois já quando escrevia o roteiro, presenciei no trânsito a cem metros da minha casa, uma mulher sendo empurrada para dentro de um carro, (marido inconformado com separação tenta levar mulher a força de volta para casa). O projeto foi aprovado em 2005, porem a verba ainda demorou 3 anos para chegar, tempo suficiente para que eu mesma pudesse experimentar a violência conjugal psicológica, uma das mais injustas, pois não deixa marcas visíveis. E para finalizar, no dia mais delicado de gravação, surge um depoimento de uma assistente social, espectadora do páthos t

CORRERIA

CORRERIA No primeiro dia de filmagem, estava previsto uma cena em que o ator Luiz Claudio Leite, correria pela cidade. Apesar da polícia ter sido avisada, aconteceu um imprevisto. Quando ele se distanciou, pois na cena ele deveria vir de uma longa distância em direção a câmera, uma viatura parou justamente onde ele estava, e já se preparava para correr. Os policiais estavam abordando duas pessoas que consumiam drogas, e Claudio entendeu que se corresse ali, poderia estar encrencado, então nos ligou e comentou o imprevisto. Dirigimo-nos até o local, para comunicar aos policiais que estávamos realizando filmagens para um curta metragem e que o ator deveria correr em direção a câmera, apontamos para onde estava a equipe. A policial comentou: “se ele começasse correr aqui, sem avisar, iria para a parede”, depois de confirmar a autorização e reforçar que haveria uma “correria na região da Conselheiro Mafra” prosseguimos, conforme ilustração acima. “Ao longo do filme a retomada ao espaço

05 DE OUTUBRO/ 2008

LOCAÇÃO

CONSULTÓRIO LETRAS DA CLINICA: LOCAÇÃO CEDIDA POR ROSI, BEATRIZ E MARIANA AO CURTA “DA JANELA” Giovana Tenho acompanhado a construção do filme pelo blog. Adorei o roteiro! A história é ótima e o tema muito importante. Fico contente que a janela do consultório possa dar lugar a estas outras narrativas. Trata-se de um lugar muito especial para mim, no qual tantas histórias são narradas, onde o traumático de alguma forma ganha uma possibilidade de representação, uma saída do mutismo muitas vezes imposto pela própria condição da situação violenta e traumática. Desejo um bom trabalho a todos amanhã! Beijos,Beatriz Querida Giovana Fico contente em ver o trabalho se construindo e, de alguma forma, estamos fazendo parte dele. Com carinho Rosi

STILL

Linda Giovana Espero que o seu dia esteja sendo bom também! O meu começou muito cedo - acordei às 6h30 para "matar os leões" de hoje - mas com um gosto bom na boca. Vocês foram extremamente saborosos. A equipe esta concisa, forte. Todos sabendo bem de onde vieram e para onde estão indo. Mas o mais importante: todos estão com muita vontade de estar ali! Acredito que isso seja essencial para arte - a expressão artística é espontânea, e se depender da vontade da equipe DA JANELA, vocês já SÃO um filme muito bom! Confesso que não trabalho do jeito que fiz ontem. Sou até bem prática, mas gosto de me sentir segura, estruturada (tripé, filtros, equipamento extra, etc). Topei sem pensar e gostaria de ter feito um trabalho melhor, maior (ler roteiro antes, ouvir conversas de equipe, espiar bastante antes do ato), mas ambos éramos o que tínhamos, vocês me deram a informação que está ali, na esquina da Conselheiro Mafra com a Padre Roma, e eu tinha que ser o "still" que lhes f

DA JANELA

Marcos Santin Ator "Da Janela", título da obra que insinua seu propósito. Fazer parte deste projeto muito me orgulha como ator, como homem social, como simples homem e homem simples. Desde sempre todos nós vimos, ouvimos ou vivemos algum dos milhares de tipos de violências à mulher, seja na rua, na escola, no televisor, no cinema. Tanto já foi dito sobre, que a ferida parece ser habitual e para alguns, infelizmente, aceitável. Dá-se a impressão que a violência contra a mulher, para deixar de ser socialmente banalizada é necessário que se sinta na pele, ou melhor, que alguém sinta na pele. Enquanto isto não acontecer, a "fulana" ou a "cicrana" que apanha ou se submete, nada passa de um acontecido da janela. Pensar que cada um tem seu fardo, sua estória e que colhe o que se planta não é de todo errado, não podemos culpar inocentes ou assumir crimes alheios. Entretanto, diante do meio "social" e da afirmativa sapiens sapiens, calar-se e fingir que

A MARCA DA MALDADE

A MARCA DA MALDADE (depoimento de um membro da equipe Da Janela) Não é título de filme, foi real, tão real quanto aquilo que um dia me obrigou a esquecer de mim. Transgredir o corpo, deixando nele, apenas marcas de tristeza, solidão, culpa, desespero e vergonha. Tão baixo, tão vil, tão sujo. O inferno subiu à terra, os anjos desapareceram e o céu sempre nublado. Ai! (alívio), acabou mais um dia. Ai! (dor), iniciou outro. Porque, por que, porquês... Quando? Não sei... Um grito sufocado rasga a alma. Um pedido de socorro à Dona Morte. Tem alguém me seguindo, tem alguém me destruindo E ninguém acredita em mim, nem eu mesma. Quem foi que trancou a porta, jogou num labirinto e botou fogo no mapa? Ai! (longo suspiro), a maldade não é minha. Desculpa, mas este presente não vou aceitar. Muito obrigada, por nada. Longe de mim, sempre e até nunca mais! Deixou de existir. Não foi nada, foi tudo.

DEPOIMENTO DE ATORES

Elianne Carpes Atriz e preparadora dos atores do filme “Da Janela” Insight após ensaio Um roteiro. Uma mulher apenas observa. Um homem observa outra mulher e a agride. Uma mulher é observada - e agredida. Outro homem se nega a observar sua mulher e a agride. Uma mulher é agredida pelo seu homem. Uma reflexão. Para além do jogo de palavras, a tentativa de encontrar o fio condutor que liga histórias paralelas, recorrentes, intrigantes, nos move. Uma prática. Atores a postos, vamos do lúdico ao visceral, ora assumindo fantasias, levantando escudos; ora derrubando ficções, pudores. Um desejo. Que pela 'Janela' lembremos da leveza e da força como átomos de vida. E jamais nos esqueçamos da serenidade como estrada. Evoé! Luiz Cláudio Leite Ator Esse trabalho está me fazendo refletir sobre os diversos tipos de relacionamentos existentes. Fico pensando como um homem pode agredir uma mulher a quem um dia disse que amava, desejava, e de uma hora para outra como se nada tivesse acontecido

VIDEO TESTE

VIDEO Durante a produção do filme Da Janela, foram feitos alguns testes, para perceber a plasticidade destas imagens que a principio foram pensadas a partir da memória. O vídeo anexo é uma destas experiências EXT – NOTURNO CHUVA – CENTRO FLORIANÓPOLIS/ CREDITOS 1.1 Câmera subjetiva, PM É possível observar a cidade através do vidro molhado. Vemos imagens difusas porque chove e o limpador de pára-brisa está ligado, mesmo assim é possível ver luzes vultos.

ENSAIO

DIREÇÃO DE ATORES: SEBASTIÃO BRAGA PREPARAÇÃO DE ATORES: ELIANNE CARPES ELENCO: ELIANNE CARPES, MARTA CESAR, LUIZ CLAUDIO LEITE, MARCOS JOSÉ SANTIN, NOARA QUINTANA.

STORYBOARD

Storyboard é um roteiro desenhado, uma etapa importante na visualização da cena, um desenho-ferramenta, que acompanha a produção de um filme. Nos auxiliou na visualização na decupagem, onde discutimos a seqüência dos planos, os ângulos, o ritmo e a lógica do filme; Será importante também para orienta toda a produção: direção de arte e fotografia. O fragmento de storyboard anexo, mostra parte do roteiro original, uma cenas de violência doméstica que irá se contrapor a uma cena de festividade.

SINOPSE E ABORDAGEM

SINOPSE Fotógrafa pesquisa a violência contra a mulher através da janela de sua casa ou carro, seu “olho câmera” registra tudo. Os planos se cruzam, criando um universo onírico composto de cenas de violência simultâneas a cenas de uma festa, propiciando a reflexão de que ao mesmo tempo em que o espectador assiste ao filme, muitas mulheres anônimas são expostas à violência. Índices apontam que, no Brasil, a cada 4 minutos, uma mulher é agredida. ABORDAGEM DO TEMA Trata-se de uma composição inicialmente autobiográfica, na qual a diretora, que é artista plástica e trabalha com fotografia, escreve sobre a violência contra a mulher, motivada por um episodio verídico de estupro que lhe foi relatado, entre outros relatos que entrou em contato pelos jornais e no Presídio Feminino de Florianópolis, quando realizava um projeto intitulado: “Escreva a frase que te liberta” 2004. Ao passar do tempo, em favor de sua poética, o roteiro foi adquirindo um corpo ficcional, especialmente por desej